
O antigo governador, Higino Carneiro, comunicou oficialmente ao Presidente da República e líder do MPLA, João Lourenço, a sua intenção de concorrer à Presidência da República nas próximas eleições gerais.
Segundo avançou o Novo Jornal na sua edição desta sexta-feira, o encontro aconteceu na passada segunda-feira, 2 de junho, na sede nacional do MPLA, em Luanda, e durou aproximadamente uma hora. Fontes próximas ao processo garantem que a reunião decorreu num ambiente institucional e de respeito mútuo, tendo Higino Carneiro manifestado de forma clara e direta a sua decisão, respeitando a disciplina partidária e os trâmites internos do partido no poder.
Higino Carneiro, uma das figuras mais antigas do MPLA, tem um vasto percurso político que inclui cargos como governador de Luanda, do Cuando Cubango e do Cuanza Sul, além de ministro das Obras Públicas. Apesar de nos últimos anos ter estado sob o foco da justiça por suspeitas de má gestão, nunca foi formalmente condenado, e sempre manteve uma base política considerável dentro do partido.
A possível candidatura do general na reforma representa uma reviravolta significativa no cenário político nacional, especialmente dentro do próprio MPLA, onde poucos esperavam uma movimentação tão direta de um dos seus veteranos. A atitude de Carneiro poderá abrir espaço para debates internos sobre liderança, sucessão e direcção futura do partido.
Até ao momento, não há uma posição oficial do Bureau Político do MPLA sobre o assunto, mas a comunicação direta ao Presidente João Lourenço demonstra que Higino Carneiro pretende agir dentro das estruturas e evitar confrontos públicos, ao menos nesta fase inicial.
A movimentação do antigo governante deverá agitar os bastidores políticos nas próximas semanas, com analistas a preverem possíveis divisões internas ou até uma eventual recandidatura de João Lourenço, caso a Constituição o permita ou venha a ser revista.
A expectativa agora gira em torno de como o MPLA irá lidar com este anúncio e se outros nomes poderão seguir o mesmo caminho, marcando uma nova era de disputas internas por liderança.