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O Hamas expressou preocupações sérias sobre a sustentabilidade do acordo de cessar-fogo em vigor desde 19 de janeiro, alertando que a procrastinação de Israel na implementação da primeira fase do acordo está colocando-o em risco. Em declarações à agência France-Presse (AFP), Bassem Naïm afirmou que essa situação pode levar ao colapso do acordo que se estenderia por seis semanas.
Até o momento, não houve avanços nas negociações relativas à segunda fase do acordo, que inclui a libertação de todos os reféns e deveria ter início nesta segunda-feira. O Hamas também criticou o que classificou como um “assassinato a conta-gotas” de prisioneiros palestinianos nas prisões israelitas, após a hospitalização de sete prisioneiros libertados, incluindo Jamal al-Tawil, um dirigente do Hamas na Cisjordânia. O grupo denunciou as agressões sistemáticas das autoridades prisionais israelitas, ignorando a idade e os problemas de saúde dos detidos.
Recentemente, o Hamas libertou três reféns israelitas em troca de 183 prisioneiros palestinianos, como parte de uma contínua negociação. Naïm fez um apelo aos países árabes para que não normalizassem suas relações com Israel, especialmente após o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ter afirmado que um acordo com a Arábia Saudita “iria se concretizar”.
A Arábia Saudita respondeu firmemente, reiterando que não haverá normalização das relações sem a criação de um Estado palestino, mantendo uma posição “inabalável”. Embora tenha iniciado negociações com Israel em 2020 em troca de um pacto de defesa com os Estados Unidos e assistência para um programa nuclear civil, Riade suspendeu as conversações após o início da guerra em Gaza. A situação continua tensa, à medida que as partes buscam uma solução que garanta a estabilidade e a paz na região.