
O ministro de Estado, Economia e Finanças de São Tomé e Príncipe, Gareth Guadalupe, afastou as alegações de que o país esteja se tornando um centro de branqueamento de dinheiro russo. Em declarações à Lusa, ele afirmou que “à partida não há indícios” de tais ações, garantindo que uma investigação será conduzida.
A controvérsia surgiu após comentários de José Milhazes, analista da SIC, que sugeriu que bancos russos como VTB e GazpromBank estariam utilizando instituições financeiras em São Tomé, como o Banco Internacional de São Tomé e Príncipe (BISTP) e o Banco Equador, para evitar sanções europeias. Milhazes afirmou que isso permitiria ocultar a presença real dos bancos russos no país.
O ministro Guadalupe ressaltou que o Estado são-tomense possui 48% do BISTP, com outros acionistas sendo a Caixa Geral de Depósitos e o Banco Angolano de Investimentos. Ele também mencionou que o Banco Equador está “comprovadamente liquidado”.
Para investigar as alegações, o governo está em contato com instituições financeiras, incluindo o Banco Central, o Ministério Público e a Polícia Judiciária. Guadalupe destacou que os relatórios do Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI) não indicam problemas significativos em São Tomé e Príncipe.
O governo possui uma lei contra o branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo, e Guadalupe enfatizou que o país deseja manter sua reputação de estabilidade e transparência financeira. Ele também manifestou a intenção de colaborar com o Ministério Público e a Polícia Judiciária de Portugal para esclarecer a situação.
Caso as alegações se mostrem infundadas, o ministro afirmou que “as medidas terão que ser tomadas” e que “o prevaricador terá que ser punido”, sublinhando que a imagem do país é uma prioridade.