
Tragédia e desespero se entrelaçam nas vidas de milhares de moçambicanos que buscam abrigo em campos de refugiados no Malawi. Recentemente, três vidas foram perdidas, incluindo a de uma criança, em decorrência da fome extrema que assola a região de Nsanje.
Os dados indicam que as vítimas fazem parte de um grupo de mais de sete mil deslocados provenientes de áreas afetadas na província da Zambézia, como Morrumbala e Milanje, assim como de Mutarara e Dôa, na província de Tete. Esses indivíduos estão acolhidos nos campos de Nhamithuthu e Tengani, onde a situação humanitária é crítica.
O Instituto Nacional de Gestão e Redução de Risco de Desastres (INGD) do governo moçambicano anunciou que foram enviadas 72 toneladas de produtos alimentares. No entanto, devido a entraves burocráticos impostos pelo Malawi, a ajuda só chegou duas semanas depois, exacerbando o sofrimento das famílias.
Relatos de centros de acolhimento que não recebem os suprimentos necessários têm se intensificado, resultando em mortes e em desmaios de crianças, além de um aumento nas doenças relacionadas à desnutrição. As condições de vida nos campos são alarmantes, e os deslocados clamam por assistência imediata e por uma solução duradoura.
Em meio a essa crise, os moçambicanos que vivem nos campos imploram pelo fim da violência pós-eleitoral e pelo restabelecimento da paz em suas comunidades de origem, desejando retornar rapidamente para reconstruir suas vidas.
O alto comissário de Moçambique no Malawi, Alexandre Manjate, expressou sua profunda preocupação com a situação. Ele se comprometeu a colaborar com o INGD para facilitar o retorno das populações às suas terras o mais breve possível, numa tentativa de abordar essa crise humanitária devastadora.