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Catarina Martins, eurodeputada e ex-coordenadora do Bloco de Esquerda, criticou duramente a União Europeia, afirmando que a instituição “nunca quis saber da paz” e não se posicionou como mediadora em processos de resolução de conflitos, como exemplificado na guerra da Ucrânia. Durante sua participação no programa “Linhas Vermelhas”, da SIC Notícias, ela defendeu a criação de um “mecanismo europeu de cooperação para a Defesa”, ressaltando a necessidade de uma articulação mais robusta entre os países europeus.
Martins enfatizou a importância de a UE se afirmar como mediadora desde o início do conflito ucraniano, que se arrasta há três anos, e condenou a Rússia, reiterando o direito da Ucrânia à soberania e autodeterminação. A eurodeputada acredita que a União Europeia poderia ter desempenhado um papel mais ativo na busca por soluções pacíficas.
Por outro lado, Cecília Meireles, ex-deputada do CDS, alertou que, segundo a nova política externa dos Estados Unidos, a Europa “passará a ser irrelevante”. Ela destacou uma mudança estratégica, onde os EUA se posicionam como um bloco distinto, enquanto a China e a Rússia emergem como outros dois blocos significativos. Meireles argumentou que a Europa precisa demonstrar força, mas isso requer não apenas intenção, mas também capacidade.
Recentemente, o presidente francês, Emmanuel Macron, se reuniu em Paris com líderes da UE, NATO e Reino Unido para discutir a estratégia europeia em relação às negociações dos EUA para encerrar a guerra na Ucrânia. Essa reunião seguiu uma conversa telefônica entre Macron e o presidente norte-americano, Donald Trump, que durou cerca de 30 minutos e foi descrita como “amigável” pelo gabinete da Casa Branca.
As declarações de Martins e Meireles refletem um crescente descontentamento com a abordagem da União Europeia em questões de segurança e defesa, levantando questões sobre a eficácia e a relevância da instituição em um cenário geopolítico em rápida mudança.