Os Estados Unidos manifestaram hoje seu apoio aos ataques de Israel contra as infraestruturas do movimento xiita Hezbollah no Líbano, ao mesmo tempo em que advertiram contra a prolongação da incursão israelita no sul do país, descrita como limitada pelas autoridades de Israel.
“Apoiamos a sua capacidade de atacar militantes e degradar a infraestrutura do Hezbollah, mas estamos bem conscientes das muitas ocasiões no passado em que Israel se envolveu no que pareciam ser operações limitadas e permaneceu durante meses ou anos”, afirmou Matthew Miller, porta-voz do Departamento de Estado, durante uma conferência de imprensa.
Washington sublinhou a importância da plena implementação da resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, que, entre outros pontos, autoriza o aumento do efetivo da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) para supervisionar a cessação das hostilidades.
Estas declarações coincidem com o primeiro aniversário dos ataques de 7 de outubro pelo grupo islamita Hamas contra Israel, que resultaram na morte de cerca de 1.200 pessoas e no sequestro de 251 indivíduos, após o qual as forças israelitas lançaram uma ofensiva na Faixa de Gaza que já provocou 41.900 mortes.
Miller reiterou o desejo do Governo dos EUA por um cessar-fogo e destacou que a cessação das hostilidades não pode ser unilateral. “Queremos um cessar-fogo que devolva os reféns a casa, alivie o sofrimento do povo palestiniano e permita que a ajuda humanitária chegue a Gaza”, destacou o porta-voz.
Os Estados Unidos também desejam “um acordo sobre o caminho político a seguir que garanta que os palestinianos possam eleger os seus próprios líderes e que o Hamas não continue a reinar como uma organização terrorista de Gaza sobre Gaza”. Miller sublinhou que, “em última análise, Gaza e a Cisjordânia devem ser reunificadas como uma nação independente”.
Miller afirmou claramente que “enquanto Israel estiver atolado em conflito em Gaza e enquanto estiver a lidar com uma situação instável na sua fronteira norte e com agitação e insegurança na Cisjordânia, a sua segurança nunca melhorará”.
Israel tem atacado o grupo xiita Hezbollah através da fronteira libanesa há quase um ano. Na passada segunda-feira, após uma semana de intensos bombardeamentos contra o sul e leste do país, Israel anunciou o envio de tropas para o sul do Líbano, com o objetivo de desmantelar milícias.
Desde então, pelo menos 11 soldados israelitas morreram em combate, segundo dados divulgados pelo Exército israelita. Os intensos bombardeamentos israelitas – concentrados sobretudo no sul e leste do Líbano, mas também na capital, Beirute – já resultaram em mais de 2.000 mortos e um milhão de deslocados, de acordo com as autoridades libanesas.