Estudantes angolanos e são-tomenses da Escola Profissional de Economia do Porto (EPES) denunciaram a direção da instituição por racismo, condições precárias de alojamento e atrasos na entrega de bolsas de estudo, essenciais para a sua subsistência.
De acordo com um estudante que preferiu o anonimato, um diretor da EPES teria afirmado que “ser negro e com sinal na cara” bastaria para justificar discriminação. Paulo Pinhal, um dos diretores da escola, nega as acusações e considera as queixas infundadas, embora admita atrasos “pontuais” superiores a um mês na entrega das bolsas, devido a problemas no Quadro Comunitário e no software de aprovação de subsídios.
Sobre o alojamento, Pinhal reconheceu casos de sobrelotação, mas defendeu que as condições mínimas, como o número adequado de casas de banho, têm sido respeitadas. Contudo, um estudante são-tomense revelou que foi alojado em um T3 em Ramalde, compartilhado por 14 pessoas, pagando 150 euros mensais e uma caução de 50 euros.
O Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) confirmou ter conhecimento das denúncias desde outubro e informou ter acionado a Câmara do Porto e a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) para averiguar as condições descritas pelos estudantes dos PALOP.