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O governo angolano planeja contrair um endividamento superior a 180 bilhões de kwanzas para financiar a construção de um estabelecimento penitenciário de segurança máxima em Pungo-Andongo, Malanje, projetado para abrigar presos considerados altamente perigosos. O projeto, que deve ser concluído nos próximos cinco anos, foi justificado pela falta de instalações adequadas no país.
Durante uma recente visita à província, o ministro do Interior, Manuel Homem, confirmou que a construção se iniciará assim que os fundos forem disponibilizados para o projeto, que ocupará uma área de 50 hectares.
No entanto, analistas têm criticado essa decisão. Albino Pakisi, um dos especialistas, argumentou que o endividamento é um erro estratégico, pois existem questões sociais mais urgentes que necessitam de investimento. Ele defende que, ao invés de construir uma cadeia de alta segurança, o governo deveria focar em melhorar as condições sociais da população penal e em programas de reabilitação.
Outro especialista, Fernando Kawewe, também expressou sua desaprovação, afirmando que não há uma demanda real por um estabelecimento de segurança máxima no país. Ele questiona a necessidade de tal medida, sugerindo que a prioridade deve ser dada à melhoria das condições de vida e à reintegração social dos detentos.
O filósofo Albino Pakisi complementou essa visão, afirmando que a existência de delinquência de alta complexidade em Angola é questionável e que a construção da cadeia é desnecessária. Para ele, um recuo na decisão do governo é urgentemente necessário, considerando a atual situação social do país.
Diante dessas opiniões, a proposta de construir uma cadeia de alta segurança levanta preocupações sobre a alocação de recursos e as prioridades do governo em um contexto de desafios sociais significativos.