
O economista Rodrigo Zeidan, professor da New York University Shanghai e da Fundação Dom Cabral (FDC), afirma que as empresas chinesas figuram entre as mais agressivas e competitivas do planeta, com uma capacidade notável de penetração em novos mercados e adaptação a barreiras comerciais.
Em entrevista ao jornal WW, da CNN Brasil, Zeidan sublinhou que essa agressividade empresarial se traduz em estratégias ousadas e eficazes, que têm pressionado indústrias inteiras em outras regiões, como o setor automotivo europeu.
“O que as pessoas não sabem é que as empresas chinesas são as mais agressivas do mundo. Elas estavam destruindo o setor automobilístico europeu até os europeus colocarem tarifas contra elas”, afirmou.
Mesmo diante de entraves comerciais, como tarifas de importação, Zeidan acredita que as companhias chinesas continuarão a expandir-se globalmente. “Se for o caso, vão construir fábricas na Europa e ainda assim ameaçar o setor automobilístico local”, prevê.
Para o professor, essa postura competitiva remonta ao período das reformas econômicas iniciadas por Deng Xiaoping na década de 1980, que abriram a China ao mercado e ao empreendedorismo privado.
“Quando Deng Xiaoping disse que ficar rico era glorioso, os capitalistas chineses levaram isso a sério. Hoje, são os mais agressivos do mundo”, disse Zeidan.
O apoio estatal é outro fator decisivo no sucesso das empresas chinesas. Muitas vezes, essas companhias contam com incentivos governamentais que fortalecem sua capacidade de competir em mercados externos, ao lado de estratégias empresariais próprias que visam superar rivais globais.
A crescente influência das empresas chinesas preocupa diversos setores, especialmente na Europa, onde a resposta tem sido endurecer barreiras comerciais e incentivar a produção local.
A análise de Zeidan insere-se num contexto de crescente debate sobre o papel da China na economia global e os impactos do seu modelo de desenvolvimento sobre a competitividade mundial.