A empresa SUGE INT, administrada por cidadãos chineses e situada no distrito Urbano Zango, na província de Luanda, está no centro de uma polémica após denúncias feitas pelos seus funcionários, que acusam a empresa de cometer várias irregularidades laborais. Os trabalhadores relatam uma série de práticas abusivas e despedimentos injustos que têm gerado grande insatisfação e revolta.
Segundo as informações apuradas, os funcionários são submetidos a Longas horas de trabalho que vão das 7h às 19h, sem intervalos adequados ou recompensa justa. Ao perguntarem tais condições, muitos são ameaçados e até mesmo demitidos sem motivos. Os funcionários afirmam que, caso alguém se recuse a cumprir as ordens impostas, a empresa opta imediatamente pela demissão, o que criou um clima de medo e insegurança entre os colaboradores.
Durante a negociação, os trabalhadores foram surpreendidos por respostas que sugerem corrupção dentro da empresa. “Nós pagamos os chefes grandes do país e ninguém vai fazer nada contra nós”, teria sido a resposta de um dos responsáveis chineses ao ser confrontado com as queixas dos funcionários. Este tipo de afirmação gerou ainda mais indignação entre os trabalhadores, que consideram inadmissível que cidadãos estrangeiros se aproveitem de possíveis influências para oprimir os nativos e agir fora da lei.
Em resposta a essas situações, os funcionários decidiram organizar uma manifestação que será realizada amanhã no período matinal. O ato visa chamar a atenção das autoridades competentes para intervir e garantir que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados, bem como acabar com as práticas abusivas da empresa. Eles questionam como cidadãos estrangeiros, como os responsáveis pela SUGE INT, podem vir ao país e tratar os angolanos com tamanho desrespeito e desprezo.
Um dos funcionários, que preferiu não se identificar por medo de represálias, relatou toda a situação ao microfone do LUANDA SUL LINE, pedindo urgência e ação das autoridades. “Nós queremos trabalhar, mas com dignidade. É inadmissível que eles nos tratem dessa maneira e ainda se gabem de ter proteção. Precisamos que alguém olhe por nós”, desabafou.
A manifestação está marcada para ocorrer nas proximidades da sede da SUGE INT e já conta com o apoio de várias pessoas que se solidarizaram com os trabalhadores. Os funcionários esperam que o ato traga a devida atenção para o caso e leve a uma investigação rigorosa para punir eventuais crimes cometidos pela empresa.