Pelo menos 200 coelhos selvagens foram encontrados mortos por uma doença ainda não identificada na comuna de Galangue, município do Cuvango, província da Huíla. Os animais foram descobertos pela população em pequenos bosques na aldeia de Satalo Camenhe, situada a cerca de 60 quilómetros da sede comunal.
O administrador comunal de Galangue, Zola Jiré, informou que a administração tomou conhecimento da situação através do soba da localidade, que relatou a existência de uma peste a afetar os coelhos selvagens. Uma equipa da administração deslocou-se ao local e confirmou os factos. “Essa preocupação levou-nos a sensibilizar as populações locais no sentido de não consumirem a carne desses animais até que especialistas determinem a causa da doença”, afirmou Zola Jiré.
Este é o primeiro caso do género registado na região, que tem uma população estimada em 36 mil habitantes. As autoridades locais aguardam a intervenção de especialistas para identificar a causa da morte dos coelhos e determinar as medidas necessárias para evitar potenciais riscos para a saúde pública e o meio ambiente.
A situação gera preocupação na comuna de Galangue, dada a possibilidade de a doença se alastrar a outros animais selvagens ou mesmo ao gado, uma das principais fontes de subsistência da população local.
Embora a causa exata das mortes ainda não tenha sido identificada, é importante considerar doenças conhecidas que afetam coelhos, como a mixomatose e a doença hemorrágica viral, ambas altamente contagiosas e com altas taxas de mortalidade. A mixomatose é causada por um vírus transmitido por insetos picadores, enquanto a doença hemorrágica viral é causada por um calicivírus que se espalha rapidamente entre os coelhos. No entanto, sem análises laboratoriais específicas, não é possível confirmar se alguma dessas doenças é responsável pelas mortes na Huíla.
As autoridades locais estão a tomar medidas preventivas, como a sensibilização da população para evitar o consumo de carne de coelho até que a causa da doença seja identificada. É fundamental que especialistas em saúde animal investiguem rapidamente a situação para identificar a doença e implementar medidas de controlo adequadas, prevenindo assim a propagação para outras espécies e garantindo a segurança da população local.