Uma jovem, que preferiu não revelar seu nome, conta com tristeza e revolta o que passou nos últimos meses no Colégio Amor e Paz do bairro Calemba2. Ela, como tantas outras, foi vítima do abuso de poder e assédio sexual por parte do diretor da instituição, Ibadi Lutumba Rostinho. “Eu fui contratada no ano passado, e logo as minhas colegas me avisaram que ele tinha o costume de dormir com as funcionárias. Se você não aceita, ele te demite”, relatou ao portal LUANDA SUL LINE.
A jovem trabalhava no polo de Chimbicato, mas o diretor, que atua no polo do Calemba2, Ibadi Lutumba Rostinho, conseguiu seu número de telefone sem sua autorização. “Ele começou a me ligar, a pedir para sair comigo. Eu recusava sempre, mas ele insistia. Uma vez me ameaçou: ‘Eu sou o chefe, você vai ver’. Eu não acreditei, porque ele nem trabalhava diretamente comigo”, conta.
Por seis meses, ela suportou as ligações e os pedidos constantes, até que, sem aviso prévio, foi demitida. “Cheguei para trabalhar e encontrei outra pessoa no meu lugar. Perguntei ao coordenador se tinha feito algo errado, e ele disse que eu trabalhava muito bem, mas que estava apenas cumprindo ordens do diretor.”
O que mais a entristece é a sensação de impotência. Ela revela que outras funcionárias já denunciaram o diretor às autoridades, mas sem sucesso. “Elas foram à polícia, mas nada aconteceu. Eu nem tentei porque sabia que seria em vão”, lamenta. Além disso, o diretor ainda ficou com uma dívida que tinha com ela e sequer mencionou o pagamento. “Ele me tirou de uma hora para outra, sem explicação, sem meu dinheiro, e ninguém faz nada.”
O diretor do Colégio Amor e Paz, Ibadi Lutumba Rostinho, além do polo do Calemba2, também controla os polos da Fubú e do Zango. O silêncio e o medo parecem ser as únicas respostas até agora para aquelas que ousam resistir às suas investidas. As funcionárias, muitas delas chefes de família, ficam à mercê de um sistema que, até o momento, não tem oferecido proteção ou justiça.
Este é mais um triste exemplo de como o poder pode ser usado para silenciar e intimidar quem apenas deseja trabalhar dignamente. Enquanto não houver consequências, histórias como essa continuarão a se repetir.