
O próximo Papa poderá ser influenciado, como nunca antes, pelo olhar africano. Dos 135 cardeais com direito a voto no conclave que se avizinha, 16 são africanos, revelando uma crescente representatividade do continente na condução da Igreja Católica.
O colégio eleitoral, composto apenas por cardeais com menos de 80 anos no momento da Sé vacante, integra 135 votantes entre os 252 membros do Colégio Cardinalício, de acordo com os números atualizados da Santa Sé. Os outros 117, já com idade superior ao limite, acompanham o processo sem direito a voto.
Na lusofonia, o Brasil lidera com sete eleitores: João Braz de Aviz, Odilo Pedro Scherer, Orani João Tempesta, Leonardo Ulrich Steiner, Sérgio da Rocha, Jaime Spengler e Paulo Cezar Costa. Portugal participa com quatro cardeais: António Marto, Manuel Clemente, José Tolentino de Mendonça e Américo Alves Aguiar.
Já os países lusófonos mais pequenos também marcam presença. De Cabo Verde, o cardeal Arlindo Gomes Furtado é o único africano lusófono com direito de voto. Timor-Leste estará representado por Virgílio do Carmo da Silva. O cardeal moçambicano Júlio Duarte Langa, por sua vez, está fora da lista de eleitores, por já ter ultrapassado o limite etário.
O aumento da presença africana no conclave reflete não apenas o crescimento demográfico do catolicismo no continente, mas também a busca por uma Igreja mais global, inclusiva e representativa da sua diversidade cultural.
A sucessão de Francisco acontecerá num momento decisivo para o futuro do Vaticano, e a composição do colégio de eleitores deixa antever uma eleição onde o Sul Global terá um peso inédito na escolha do 267.º líder da Igreja Católica.