
O despedimento coletivo de 536 trabalhadores do Porto Seco da Mulemba, sob gestão da empresa HRD – Desenvolvimento de Recursos Humanos, Lda., está envolto em denúncias de lavagem de dinheiro, segundo investigações do Imparcial Press.
Ex-trabalhadores acusam a HRD de atuar como intermediária em operações financeiras irregulares associadas ao Porto de Luanda. Alegam que salários e subsídios foram processados de forma opaca, facilitando a camuflagem de fluxos financeiros ilícitos, com o suposto envolvimento de altos responsáveis do Porto e do Ministério dos Transportes.
Entre as irregularidades apontadas estão a manutenção de subsídios de risco na pandemia e a existência de um seguro de saúde de 45 milhões de kwanzas, cujos benefícios não foram plenamente acessíveis aos trabalhadores.
O caso está sob investigação da Inspeção Geral da Administração do Estado (IGAE), que apura indícios de má-fé e práticas financeiras pouco transparentes entre 2020 e 2023. Os trabalhadores criticam o despedimento como arbitrário e uma tentativa de encobrir ligações com os alegados esquemas ilícitos.
As denúncias reforçam preocupações sobre a gestão de recursos públicos e os direitos laborais em Angola, exigindo uma investigação aprofundada e responsabilização dos envolvidos.