Um grupo liderado por João Gabriel Deussinho, autodenominado presidente da Frente Unida de Reedificação da Ordem Africana (FUROA), foi desmantelado em Angola, com a intenção de realizar ataques terroristas durante a visita do ex-presidente norte-americano, Joe Biden. As informações foram divulgadas pelo porta-voz do Serviço de Investigação Criminal (SIC), Manuel Halaiwa.
De acordo com Halaiwa, o grupo, que tem ligações internacionais e foi formado em 2017 na província do Huambo, pretendia derrubar o governo angolano e instaurar um novo regime. Entre os detidos estão um agente da Polícia Nacional e um funcionário do Ministério da Justiça.
A organização começou a ser monitorizada em outubro, e a investigação revelou planos para desestabilizar a ordem política e social do país, criando pânico em Luanda e no Huambo durante a visita de Biden. Os alvos identificados incluíam o Palácio Presidencial, a Assembleia Nacional, a Embaixada dos Estados Unidos, e várias infraestruturas estratégicas.
O SIC indicou que os membros do grupo estavam armados com granadas de mão de origem russa, alemã, britânica e portuguesa, que não pertencem ao arsenal das Forças Armadas Angolanas, sugerindo que foram adquiridas de forma clandestina. A intenção era provocar caos e agredir fisicamente altas autoridades, incluindo Biden e o presidente João Lourenço.
Os detidos enfrentam acusações graves, como associação criminosa e posse de substâncias explosivas. O líder do grupo foi preso enquanto tentava fugir para a Namíbia com sua família. Halaiwa revelou que Deussinho estava ligado a uma rede de financiamento, utilizando uma conta bancária da sogra para custear deslocações dentro e fora do país.
A investigação também apontou que o grupo se inspirou em ações de golpes de Estado em outros países e estabeleceu contatos com a Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC), visando aniquilar o Estado angolano e retirar o MPLA do poder por meio da violência.