
Os depósitos em moeda estrangeira nos bancos angolanos registaram uma queda significativa em Março, com uma descida de 6,8%, segundo dados divulgados pelo Banco Angolano de Investimentos (BAI). O recuo foi puxado sobretudo pela redução de 9,0% nos depósitos dos particulares, enquanto os depósitos das empresas sofreram uma diminuição mais leve, de 0,8%.
Os números constam dos cadernos estatísticos do Departamento de Estudos Económicos e Financeiros da Direcção de Planeamento e Controlo do BAI, incluídos na síntese económica da terceira semana de Abril.
Além da retração nos depósitos em divisas, os dados revelam ainda que a base monetária restrita em moeda nacional também teve uma queda expressiva de 10,5%, situando-se nos 3 651 mil milhões de kwanzas, face ao mesmo período do ano anterior.
Por outro lado, as reservas obrigatórias — valores que os bancos comerciais são obrigados a manter junto do banco central — subiram 5,4%, atingindo 2 538 mil milhões de kwanzas. Já as reservas livres, aquelas que os bancos podem movimentar, sofreram uma queda acentuada de 71,2%, situando-se em apenas 256 mil milhões de kwanzas.
Os dados reforçam os sinais de cautela no sistema financeiro angolano, num contexto de ajustamentos monetários e cambiais que continuam a influenciar o comportamento dos agentes económicos, especialmente em relação à confiança no uso da moeda estrangeira.