Os populares de Viana, em Luanda, preveem uma Ceia de Natal mais cara em 2024, devido ao aumento constante dos preços dos produtos da cesta básica.
Esta alta de preços, segundo os munícipes, tem se registrado nos últimos anos, à medida que se aproxima a quadra festiva.
Ao comparar os preços atuais de alguns produtos com os dos anos anteriores, a dona de casa Marisa Isabel afirma que “preparar a Ceia de Natal já não compensa”. “Do jeito que as coisas estão caras, eu não planejei mesmo, nem comprei roupa para os meus bebés. Tenho três filhos, não comprei nada para eles porque estou à espera do meu salário, mas o salário que eu recebo também não chega”, lamentou.
Marisa continua explicando que a situação é tão grave que ela teve que mudar seus planos para o Natal. “Tinha famílias que queriam passar o Natal lá em casa, mas eu não aceitei, disse que iria sair. Se sozinha não tenho como fazer um Natal para as minhas crianças, imagina convidando pessoas em casa. Antigamente o saco de arroz era 2.500 Kz, hoje 25.000 Kz, é muito”, disse.
Marcelina Gonga, também dona de casa, compartilha do mesmo sentimento. Ela lamenta pelas suas crianças, que não terão a habitual festa de Natal. “Este ano as coisas estão apertadas, os preços também estão mesmo caros, subiram as coisas, então não vai dar para fazer muito. Vai ter só umas coisas básicas que dão para fazer. As crianças também já estão conscientes que as coisas estão mesmo difíceis,” comentou.
Um proprietário de estabelecimento comercial, que preferiu manter o anonimato, revelou que tem notado uma baixa na procura de alimentos mais consumidos no Natal em sua loja. Ele, que é cidadão estrangeiro e está em Angola há dez anos, disse que esta é a véspera de Natal em que os clientes menos compram produtos para a ceia. “O tempo da economia infelizmente está um pouco duro. É por isso que, de momento, o andamento está um pouco baixo. Anteriormente, quando chegava este tempo havia muito movimento, mas agora não”, explicou o comerciante.
Nos mercados formais e informais de Viana, entre os produtos que verificam aumento nos preços, estão o ovo, óleo alimentar, arroz, leite, dentre outros.
