
A tragédia voltou a atingir os mais inocentes. Um ataque a bomba contra um autocarro escolar na região do Baluchistão, no oeste do Paquistão, matou seis pessoas, entre elas quatro crianças, e deixou dezenas de feridos — a maioria também menores de idade. O incidente, que causou indignação internacional, reacendeu a tensão histórica entre o Paquistão e a Índia, com acusações mútuas e promessas de retaliação diplomática.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas reagiu com firmeza, classificando o ataque como “atroz e cobarde”, e sublinhando a urgência de levar os responsáveis à justiça. A ONU não só lamentou profundamente o impacto da violência sobre crianças, como também reiterou que qualquer ato de terrorismo, seja qual for o autor ou motivação, é inaceitável à luz do direito internacional.
Em comunicado, os membros do Conselho apelaram à colaboração da comunidade internacional para garantir que os autores, financiadores e apoiantes do atentado sejam identificados e responsabilizados. “Trinta e nove dos 53 feridos eram crianças”, destaca o documento, reforçando o tom de urgência e solidariedade com as vítimas.
Enquanto isso, as declarações do governo paquistanês colocaram mais lenha na fogueira. O ministro da Defesa, Khawaja Asif, acusou diretamente a Índia de estar por trás do atentado, alegando que Nova Deli financia grupos armados como o Exército de Libertação do Baluchistão (BLA) e o Tehrik-i-Taliban Pakistan (TTP), ambos considerados responsáveis por múltiplos ataques em solo paquistanês.
“Não são palavras ao vento. O Paquistão vai apresentar provas concretas”, afirmou Asif num canal de televisão local, criticando a Índia por, segundo ele, instrumentalizar o terrorismo como estratégia geopolítica. Nova Deli, por sua vez, rejeitou as acusações, considerando-as “infundadas” e “um esforço desesperado para desviar atenções da ligação comprovada do Paquistão com redes terroristas”.
A escalada verbal surge num momento particularmente sensível: recentemente, um ataque em Caxemira, do lado administrado pela Índia, provocou 26 mortes e aumentou ainda mais as tensões entre os dois países. Ambos continuam a disputar o território da Caxemira, uma das zonas mais militarizadas do mundo, com uma história longa de confrontos e desconfiança mútua.
Num apelo mais amplo, o Conselho de Segurança reafirmou que o terrorismo continua a ser uma das maiores ameaças à estabilidade global e instou todos os Estados a honrarem os compromissos internacionais no combate a este flagelo.
Enquanto a comunidade internacional observa com preocupação o deteriorar do diálogo entre dois vizinhos nucleares, as vítimas do atentado — especialmente as crianças — tornam-se o lembrete mais doloroso de que, numa guerra sem rosto, é a inocência que paga o preço mais alto.