O parlamento da Coreia do Norte aprovou por unanimidade uma alteração da Constituição e nomeou um novo ministro da Defesa, conforme relatado pela agência estatal de notícias KCNA. A mudança foi decidida durante uma sessão especial da Assembleia Suprema do Povo, realizada nos dias 7 e 8 de outubro, embora os detalhes das alterações ainda não tenham sido revelados.
Essa sessão ocorre nove meses após o líder Kim Jong-un ter defendido uma reforma constitucional que delineasse claramente as fronteiras com a Coreia do Sul, desconsiderando os artigos que falavam sobre a reunificação da península. Kim reiterou a necessidade de reconhecer as relações intercoreanas como de dois Estados hostis, abandonando qualquer perspectiva de reconciliação. O conflito entre as duas Coreias, que oficialmente continuam em guerra desde 1953, foi encerrado com um armistício que nunca foi substituído por um acordo de paz.
A Coreia do Sul, por sua vez, deve se preparar para a denúncia de todos os acordos políticos e militares com o Norte, incluindo o Acordo Básico de 1991, que estabelecia uma “relação especial” entre os dois países.
Na nova formação do governo, o general No Kwang-chol foi nomeado ministro da Defesa, sucedendo a Kang Sun-nam. No Kwang-chol já havia ocupado o cargo entre 2018 e 2019 e acompanhou Kim em reuniões com o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, em 2018 e 2019.
Além disso, o exército norte-coreano anunciou medidas drásticas, incluindo o bloqueio permanente da fronteira com a Coreia do Sul e o aumento da postura de defesa na linha da frente. Essas ações visam responder ao que chamam de “histeria de confronto” das forças sul-coreanas e norte-americanas. A KCNA informou que as tropas planejam “cortar completamente estradas e caminhos-de-ferro” conectados à Coreia do Sul e reforçar áreas relevantes do Norte com estruturas de defesa.
Essas decisões refletem uma intensificação das tensões na região, com a Coreia do Norte adotando uma postura defensiva diante dos exercícios militares conjuntos realizados por Seul e Washington.