
A recente elevação dos preços do gasóleo pegou os automobilistas de surpresa, levando muitos a reavaliar suas finanças e se preparar para um impacto significativo em seus orçamentos. A medida, que afeta especialmente aqueles que se deslocam das áreas periféricas para o centro de Luanda, gerou uma onda de descontentamento entre os consumidores.
Na sequência do aumento anunciado, a equipe do Expansão visitou diversos postos de abastecimento na capital. A maioria dos motoristas expressou sua indignação e surpresa com a decisão, mesmo após a circulação de rumores sobre a alta no dia anterior. A situação é ainda mais preocupante em um país que já enfrenta altos índices de inflação, corroendo os rendimentos das famílias.
Seteco Guengo, residente em Viana e trabalhador no Porto de Luanda, viu seus gastos com combustível saltarem de 72 mil Kz para 108 mil Kz mensais, um aumento de 50%. Para lidar com essa nova realidade, ele considera adotar práticas como oferecer “puxadas”, onde transporta passageiros para ajudar a cobrir os custos do combustível de seu veículo.
A insatisfação não se limita apenas aos motoristas particulares. Bernardo M., taxista que abastece seu Toyota Hiace com 20 litros de gasóleo, viu seu custo mensal subir de 4.000 Kz para 6.000 Kz. Ele explicou que, devido à estrutura de tarifas fixadas pelo governo, não pode repassar esse aumento diretamente aos clientes, o que o leva a encurtar as distâncias das corridas, impactando a experiência dos passageiros.
Em resposta às preocupações do setor, a Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) anunciou que não haverá alteração imediata nas tarifas dos táxis, assegurando que as atuais estruturas de custos já consideram variações nos preços dos combustíveis. Contudo, muitos automobilistas que utilizam veículos a gasolina já demonstraram apreensão quanto à possibilidade de um aumento nos próximos meses.
No geral, a alta dos preços do gasóleo se apresenta como mais um desafio em um cenário econômico já delicado, forçando os consumidores a adaptarem seus hábitos e a buscarem alternativas para mitigar os impactos financeiros.