Confirmou-se, no dia 9 de outubro em Luanda, a possibilidade de João Lourenço continuar a liderar o MPLA mesmo após o fim do seu mandato presidencial em 2027. Durante a reunião do Comité Central do partido, foi convocado um 8º Congresso Extraordinário, previsto para dezembro, onde será discutida uma proposta de alteração dos estatutos que poderia viabilizar a sua permanência na liderança do partido.
A proposta, que ainda não foi oficialmente revelada, está gerando especulações sobre uma possível separação entre os cargos de Presidente da República e Líder do MPLA, permitindo que João Lourenço continue a chefiar o partido sem ser o candidato presidencial. Esta “bicefalia” possibilitaria a Lourenço manter sua influência no país por meio do controle do partido e da Assembleia Nacional, mesmo com a eleição de um novo Presidente da República.
No entanto, analistas levantam dúvidas sobre a legitimidade de um Congresso Extraordinário alterar os estatutos, que tradicionalmente são modificados em Congressos Ordinários. Caso a proposta seja aprovada, ela poderá redefinir a dinâmica política dentro do MPLA, além de suscitar questionamentos sobre como serão escolhidos os candidatos às eleições presidenciais e vice-presidenciais de 2027.
O cenário político do MPLA continua em debate, com figuras veteranas do partido, que ganharam destaque durante a era de José Eduardo dos Santos, manifestando-se contra a prolongação do protagonismo de Lourenço. Entretanto, o atual presidente não poupou críticas aos seus opositores internos, destacando a importância de seguir as “regras do jogo” político.
Aguardam-se mais detalhes sobre os contornos dessa alteração estatutária e seus impactos na sucessão política dentro do MPLA.