Abel Chivukuvuku anunciou sua saída da Assembleia Nacional para concentrar-se no recém-legalizado partido PRA-JA Servir Angola. Após várias tentativas de legalização rejeitadas, o Tribunal Constitucional finalmente aprovou o partido, permitindo que Chivukuvuku altere suas prioridades e inicie uma campanha nacional para promover sua nova formação política.
No entanto, essa mudança terá consequências para ele e seus colegas. De acordo com a Constituição da República de Angola, ao se filiar a um partido diferente daquele pelo qual foi eleito, um deputado perde automaticamente seu mandato parlamentar, conforme o artigo 152.º. Dessa forma, os 13 deputados que estavam no parlamento como parte da coligação Frente Patriótica Unida (FPU) e associados à UNITA, terão que optar entre permanecer na Assembleia ou seguir Chivukuvuku no PRA-JA, o que implicará na perda de seus mandatos em 2027.
Fontes indicam que alguns membros do PRA-JA que atualmente fazem parte do Grupo Parlamentar da UNITA estão considerando manter-se na oposição sob a liderança de Adalberto Costa Júnior, enquanto outros deverão seguir Chivukuvuku e dedicar-se exclusivamente ao crescimento do PRA-JA. Esse cenário aponta para possíveis desdobramentos políticos até as eleições de 2027, com a FPU sendo pressionada a se reorganizar ou enfrentar uma ruptura.
O MPLA, por sua vez, está atento às movimentações e, segundo fontes, poderá explorar eventuais negociações com Chivukuvuku, especialmente se houver discussões sobre uma revisão constitucional que abra caminho para um terceiro mandato de João Lourenço. Chivukuvuku já indicou anteriormente que, na política, “não há inimizades permanentes”, o que levanta especulações sobre possíveis alianças.
Enquanto isso, a Frente Patriótica Unida continuará até 2027, com seus partidos-membros buscando definir estratégias para as próximas eleições, seja através de alianças ou concorrendo de forma independente.