A China anunciou que não exigirá recursos naturais como colaterais nas futuras negociações de financiamento com Angola. O embaixador chinês, Zhang Bin, fez essa declaração durante uma conferência de imprensa relacionada à Cimeira 2024 do Fórum de Cooperação China-África (Focac), realizada em setembro.
O governo chinês aprovou um pacote de 51 mil milhões de dólares, dos quais aproximadamente 30 mil milhões estão destinados a uma linha de crédito para países africanos, incluindo Angola. Segundo Zhang Bin, os termos dos próximos financiamentos serão discutidos com foco no interesse mútuo, afastando-se da prática anterior de vincular empréstimos a colaterais como o petróleo.
Apesar das promessas do embaixador, especialistas em relações sino-angolanas permanecem céticos quanto à implementação desse novo modelo de financiamento. A questão dos colaterais em recursos naturais sempre foi uma característica marcante dos acordos entre os dois países, e a mudança nas políticas de financiamento pode refletir uma tentativa da China de suavizar sua imagem na África e fomentar parcerias mais equilibradas.
A expectativa é que Angola se beneficie significativamente desse novo pacote de financiamento, mas a eficácia das negociações dependerá da transparência e da capacidade do governo angolano de assegurar acordos vantajosos que atendam às suas necessidades de desenvolvimento econômico.