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Os líderes da China e da Tailândia, Xi Jinping e Paetongtarn Shinawatra, comprometeram-se a intensificar o combate às redes de fraude online que afetam o sudeste asiático, durante um encontro em Pequim. A reunião ocorre em um contexto alarmante, onde países como Myanmar, Camboja e Laos se tornaram centros de operações fraudulentas.
Essas fraudes frequentemente enganam pessoas com ofertas de emprego atraentes, levando-as a complexos clandestinos, onde são forçadas a trabalhar para grupos criminosos. A reputação da Tailândia tem sido afetada por relatos de cidadãos chineses, como o ator Wang Xing, que foram atraídos para Banguecoque e posteriormente traficados para esses locais perigosos.
Tanto as autoridades tailandesas quanto chinesas têm tomado medidas para enfrentar essa crise. O vice-ministro chinês da segurança pública, Liu Zhongyi, visitou a região para discutir a situação. Xi Jinping elogiou os esforços da Tailândia, afirmando que a cooperação em segurança e aplicação da lei é fundamental para o combate a esses crimes transfronteiriços.
Paetongtarn, por sua vez, reiterou a disposição da Tailândia em colaborar com a China e outros países vizinhos para enfrentar a fraude e o jogo. Como parte dessas medidas, a Tailândia cortou o fornecimento de eletricidade em áreas da fronteira com Myanmar, embora o impacto dessa ação ainda não esteja claro.
Além da questão da fraude, os dois líderes discutiram projetos bilaterais, incluindo um novo projeto ferroviário que ligará os dois países. A Tailândia recentemente aprovou uma conexão ferroviária de 10 bilhões de dólares que se conectará à linha de alta velocidade entre Laos e China. Ambos os países também planejam aprofundar a cooperação no setor de veículos elétricos.
Historicamente, a China tem sido uma fonte significativa de turismo para a Tailândia. No entanto, o número de visitantes chineses caiu para 6,7 milhões em 2024, em comparação com 11 milhões em 2019, antes da pandemia. A Tailândia demonstrou sua disposição em acomodar os interesses chineses em questões sensíveis, como evidenciado pela recente deportação de uigures, um grupo étnico muçulmano que enfrenta perseguições na China.
Após a reunião, Paetongtarn reafirmou o compromisso da Tailândia com o princípio de “uma só China”, alinhando-se à posição de Pequim sobre Taiwan.