
Imagens de destruição e sofrimento voltaram a circular pelas redes e agências internacionais esta semana, após um ataque com mísseis balísticos atingir a cidade ucraniana de Krivi Rig, matando civis, incluindo crianças. A resposta da União Europeia foi imediata e contundente: para Bruxelas, o Kremlin não demonstra qualquer vontade de negociar a paz.
A alta representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Kaja Kallas, reagiu com dureza ao ataque ocorrido na sexta-feira, que vitimou pelo menos 16 pessoas, entre elas seis crianças, e deixou mais de 50 feridos. A ofensiva atingiu uma área densamente habitada no centro da cidade natal do Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
“Imagens trágicas e desumanas voltam a chocar o mundo. Outro ataque russo imprudente atingiu uma zona residencial movimentada”, declarou Kallas, numa publicação nas redes sociais. “A Rússia continua a destruir a Ucrânia; não tem qualquer interesse na paz”, acrescentou.
O Presidente ucraniano também se pronunciou, denunciando mais uma vez a frequência dos ataques a civis e zonas não-militares. Zelensky reforçou a necessidade de apoio internacional, insistindo que apenas a entrega contínua de armamento e sistemas de defesa poderá conter a agressão russa. “A Rússia não quer um cessar-fogo, e nós vemos isso. Só a pressão global pode parar esta guerra”, afirmou.
Krivi Rig, cidade com cerca de 600 mil habitantes antes do início da invasão russa, em fevereiro de 2022, tem sido alvo regular de ataques aéreos. Localizada na região de Dnipropetrovsk, a cerca de 80 quilómetros da linha da frente, voltou ao centro do conflito com esta nova tragédia.
Este não é um caso isolado. Apenas dias antes, quatro pessoas morreram e 14 ficaram feridas noutro ataque. Em março, um hotel foi atingido, resultando em mais duas mortes e vários feridos. A escalada de violência mantém-se constante.
Desde o início da guerra, a Rússia justifica a invasão com o argumento de proteger minorias russófonas e combater uma alegada “nazificação” da Ucrânia. Kiev, por sua vez, afirma que Moscovo tenta impedir o seu caminho de integração europeia e reafirma que continuará a lutar pela soberania e segurança do seu território.
Enquanto isso, a comunidade internacional observa, cada vez mais alarmada, os impactos humanitários e geopolíticos de uma guerra que parece longe de terminar.