Moçambique se prepara para a cerimônia de tomada de posse do novo Presidente da República, marcada para o dia 15 de janeiro. A expectativa é que pelo menos 2.500 pessoas compareçam ao evento, que ocorrerá na Praça da Independência, em Maputo. A presença de chefes de Estado convidados, no entanto, ainda está pendente de confirmação.
A vice-presidente da Comissão Interministerial para Grandes Eventos, Eldevina Materula, informou que os convites já foram enviados a organizações internacionais, incluindo a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e a União Africana. “Esperamos ter confirmações na segunda-feira”, declarou Materula, enfatizando a importância de dignitários, incluindo representantes de alguns países europeus, como Portugal.
A data da cerimônia foi oficialmente fixada pelo Conselho Constitucional (CC) de Moçambique, que proclamou Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), como o vencedor das eleições presidenciais, com 65,17% dos votos. Chapo sucederá Filipe Nyusi, que deixou o cargo após cumprir seu mandato. A Frelimo também manteve a maioria parlamentar nas eleições gerais realizadas em 9 de outubro.
Entretanto, a eleição de Chapo é objeto de contestação nas ruas. Manifestantes apoiadores de Venâncio Mondlane, candidato do Partido Optimista pelo Desenvolvimento de Moçambique (Podemos), alegam que o resultado foi fraudulentamente manipulado. A insatisfação popular resultou em protestos que incluem barricadas, pilhagens e confrontos com a polícia. As forças de segurança têm respondido com disparos na tentativa de desmobilizar os manifestantes, o que já causou quase 300 mortes e mais de 500 feridos, de acordo com organizações da sociedade civil.
A vice-presidente da Comissão Interministerial garantiu que as questões de segurança para a cerimônia estão bem planejadas. “O Ministério do Interior garantiu que o evento vai decorrer em segurança”, disse Materula.
Além de Chapo e Mondlane, outros candidatos disputaram as eleições, incluindo Ossufo Momade, líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), que obteve 6,62% dos votos, e Lutero Simango, do Movimento Democrático de Moçambique, com 4,02%. A tensão política no país persiste, e a cerimônia de posse se torna um momento crucial em meio a este cenário conturbado.