O Tribunal de Comarca de Belas, em Benfica, irá proferir a sentença do mediático caso Laurindo Vieira na próxima semana. O Ministério Público (MP) manteve o pedido de uma condenação severa para cinco dos seis arguidos.
O julgamento, que decorre desde agosto, tem como réus os acusados pelo assassinato do reitor da Universidade Gregório Semedo, Laurindo Vieira, um caso que gerou grande repercussão social em Angola. Antes da sentença, será feita a leitura dos quesitos e das matérias consideradas provadas e não provadas durante o julgamento.
Os arguidos inicialmente alegaram que as suas confissões foram obtidas sob tortura pelos agentes do Serviço de Investigação Criminal (SIC). No entanto, durante as audiências, essas alegações foram rejeitadas, uma vez que os réus confirmaram suas confissões em tribunal e não apresentaram queixas de maus-tratos durante os interrogatórios realizados na presença do procurador e do juiz de garantias.
O MP sustenta que os arguidos, através do monitoramento das suas chamadas telefónicas, foram localizados e detidos, e acredita que não há dúvidas sobre a autoria do crime. Irene Figueiredo, magistrada do MP, reforçou que os réus mataram o professor e quadro sénior do Serviço de Inteligência e Segurança Militar, Laurindo Vieira, e que devem ser punidos de forma exemplar.
Quanto à arguida Julieta Manuel, que comprou o telefone da vítima, o MP pede a sua absolvição por falta de envolvimento direto no homicídio. A comunidade aguarda o desfecho do julgamento com grande expectativa.