
O apelo à melhoria da educação acabou em confronto com a repressão. O Bloco Democrático (BD) veio a público condenar com veemência a actuação da Polícia Nacional durante a manifestação estudantil do último sábado, 26 de Abril, no município do Sambizanga, em Luanda, e exige que os responsáveis pelas detenções arbitrárias sejam responsabilizados.
Num comunicado divulgado no domingo, o partido político manifestou “profunda preocupação” com o que considera “violações graves” dos direitos fundamentais, na sequência das detenções de mais de 45 jovens, incluindo o presidente do Movimento dos Estudantes de Angola (MEA), Francisco Teixeira, e outros membros da direcção. Os manifestantes pretendiam apenas exigir melhores condições nas escolas públicas do país, nomeadamente a reposição de carteiras e infraestruturas dignas para o processo de ensino-aprendizagem.
Segundo o Bloco Democrático, os jovens foram impedidos de exercer o seu direito constitucional à manifestação pacífica e foram levados sob custódia mesmo antes de a marcha começar. O partido denuncia ainda que alguns cidadãos que apenas circulavam nas imediações da manifestação também foram detidos, sem qualquer justificação legal.
A nota realça que o episódio do Sambizanga não pode passar impune e alerta para o crescente uso da força como forma de silenciar vozes críticas e reivindicações sociais legítimas. O BD insta o Estado a respeitar os compromissos constitucionais e a garantir que os agentes públicos atuem com base na legalidade e nos direitos humanos.
O partido termina reforçando a sua solidariedade para com os estudantes detidos e apelando ao reforço das liberdades democráticas no país.