O Banco BIC, fundado em 2005 por Fernando Leonídio Mendes Teles, enfrenta sérias dificuldades financeiras, refletidas em perdas substanciais nos lucros e na sua posição no ranking bancário nacional. Atualmente, ocupa a décima primeira posição, atrás de três bancos de menor dimensão.
Para abordar essa situação crítica, os acionistas convocaram uma reunião para o dia 24 de outubro, onde será deliberada a eleição de um novo conselho de administração e uma nova comissão executiva.
A convocatória, assinada pelo presidente da Mesa da Assembleia-Geral, Manuel Pinheiro Fernandes, destaca que a reunião analisará os resultados financeiros do segundo trimestre e as contas individuais do banco referentes a setembro de 2024. Esta será a segunda vez em menos de um ano que os acionistas se reúnem para discutir o relatório e contas de 2023, que já havia sido abordado em abril passado.
Um ponto notável da convocatória é a intenção de revisar não apenas os resultados financeiros de 2023, mas também de períodos anteriores, desde o início do mandato da atual comissão executiva. Hugo Miguel Silva Teles, presidente da comissão executiva desde 2021, enfrenta críticas, especialmente no que diz respeito à falta de diversidade de gênero no conselho, que atualmente não possui representação feminina, apesar de as mulheres constituírem 51% do quadro de colaboradores do banco.
No mesmo dia da reunião do BIC, está programada uma assembleia para o BIC Seguros, que discutirá as contas do terceiro trimestre e a eleição de novos órgãos sociais.
Os resultados financeiros do BIC são alarmantes: os lucros despencaram 95%, passando de AOA 52 bilhões (US$ 23 milhões) no segundo trimestre do ano passado para apenas AOA 4,3 bilhões (US$ 5,1 milhões) neste ano. Esse desempenho é especialmente preocupante para um banco considerado sistêmico em termos de ativos, que também paga uma elevada quota de reserva obrigatória ao Banco Nacional de Angola (BNA).
A concorrência se mostra acirrada, com instituições não sistêmicas como o Banco Caixa Geral Angola (BCGA), Banco de Investimentos Rural (BIR) e Banco de Crédito do Sul (BCS) apresentando um desempenho superior, ocupando os sétimos, oitavos e nonos lugares no ranking.
É preocupante