
A ausência de um provedor de clientes nos bancos angolanos está a agravar o problema das queixas não resolvidas, alertou Lourenço Texe, presidente da Associação Angolana dos Direitos do Consumidor (AADIC). Segundo ele, esta lacuna dificulta significativamente o atendimento eficaz das reclamações feitas por clientes insatisfeitos com serviços bancários.
Embora o Banco Nacional de Angola (BNA) tenha o papel de regulador do sistema financeiro e da proteção dos direitos dos consumidores, Lourenço Texe aponta que a ausência de um canal interno, como o provedor de clientes, faz com que muitas queixas fiquem sem resposta direta dos bancos.
Clientes sem voz dentro das instituições
O presidente da AADIC revelou que as instituições bancárias estão entre as que mais violam direitos dos consumidores, mas que o número real de queixas é difícil de dimensionar, pois muitos casos sequer chegam a ser formalizados. Para o dirigente, os clientes devem ser encorajados a exercer o direito legal de reclamar, seja junto das associações de defesa do consumidor ou através de outras entidades competentes.
“Esse direito precisa ser ativado e respeitado”, enfatizou Texe, sublinhando a importância de mecanismos claros para a mediação e resolução de conflitos.
Responsabilidades e empurra-empurra
Lourenço Texe também mencionou que, apesar de alguns contatos com bancos, estes tendem a transferir a responsabilidade para a Empresa Interbancária de Serviços (EMIS), complicando ainda mais o processo para o consumidor.
Este cenário revela um desafio importante para o setor financeiro angolano: melhorar o atendimento e a proteção dos seus clientes, garantindo canais acessíveis e eficazes para o tratamento das reclamações.