
A Assembleia Nacional de Angola aprovou recentemente um orçamento para 2025 que reflete uma significativa reestruturação nas suas despesas. Com um corte de 68% nas despesas de “víveres e géneros alimentícios”, o valor destinado a essa rubrica caiu para 461 milhões de kwanzas, em contraste com os 1,4 bilhões de kwanzas alocados em 2024. Essa redução levanta questionamentos sobre as necessidades alimentares do Parlamento, dado o elevado orçamento anterior.
Por outro lado, as despesas com seguros sofreram um aumento drástico, saltando de 10 milhões para 4,4 bilhões de kwanzas, o que representa um crescimento impressionante de 40.114%. Esse aumento expressivo destaca uma mudança nas prioridades da Assembleia em relação ao uso de recursos.
O orçamento total aprovado para 2025, que recebeu o apoio de todos os deputados, representa um crescimento de 24% em relação ao ano anterior, resultando em um acréscimo de 9,4 bilhões de kwanzas. Contudo, esse incremento poderia ser ainda maior, não fosse a intervenção do Ministério das Finanças, que limitou as propostas de aumento.
As despesas em bens e serviços no orçamento de 2025 crescerão 33%, totalizando quase 14,4 bilhões de kwanzas. Embora as despesas com bens tenham sofrido um corte de 58%, os serviços apresentaram um aumento de 63%. O aumento nas despesas com seguros e serviços de limpeza, bem como subsídios para deslocações e serviços de saúde, são os principais responsáveis por essa elevação.
Além dos cortes nas despesas com alimentação, outras áreas como a manutenção de viaturas protocolares e serviços de telecomunicações também registrarão reduções significativas. Por outro lado, os serviços de estudos, fiscalização e consultoria terão um aumento de 552%, passando para 312,3 milhões de kwanzas, e a verba destinada ao ensino e formação subirá 894%, alcançando 200 milhões de kwanzas.
Essas mudanças no orçamento refletem um esforço da Assembleia Nacional para otimizar seus gastos, ao mesmo tempo que traz à tona questões sobre a transparência e necessidade de certos investimentos, especialmente em um contexto de contenção de despesas.