
O Estado angolano gastou quase 9,1 biliões Kz na subsidiação aos combustíveis entre 2021 e o primeiro semestre de 2024, um valor que triplica as despesas realizadas em Saúde e Educação no mesmo período. Enquanto isso, o Governo ainda não divulga um calendário para o fim dos subsídios, mas a sua retirada é uma exigência do Banco Mundial, que aprovou um financiamento de 500 milhões USD para apoiar a tesouraria do país.
Segundo cálculos baseados nos dados do Ministério das Finanças e da Conta Geral do Estado, Angola destinou 15 mil milhões USD nos últimos quatro anos e meio para subsidiar gasóleo, gasolina, gás liquefeito e petróleo iluminante, um peso significativo nas finanças públicas. Esse gasto limita investimentos estruturais e força o Governo a recorrer a empréstimos externos para financiar obras públicas, num cenário de elevado serviço da dívida e despesas com a função pública.
No mesmo período, o Estado gastou 3,2 biliões Kz em Educação e 3,1 biliões Kz em Saúde, totalizando 6,3 biliões Kz, o que equivale a 69% do valor consumido nos subsídios aos combustíveis. O gasóleo liderou os custos, absorvendo 5,6 biliões Kz, seguido da gasolina com 2,6 biliões Kz, enquanto o gás liquefeito e o petróleo iluminante custaram 143,7 mil milhões Kz e 92,7 mil milhões Kz, respetivamente.
Com a expectativa do aumento dos preços dos combustíveis ainda este ano, o debate sobre a sustentabilidade dos subsídios e a necessidade de reforçar setores essenciais, como Saúde e Educação, volta a ganhar força no país.