
O representante residente do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Angola, Victor Duarte Lledó, afirmou recentemente que, atualmente, não existem acordos de financiamento ativos entre o FMI e o Governo angolano. Contudo, a instituição continua a desempenhar um papel crucial no aconselhamento de políticas macroeconômicas e na prestação de assistência técnica ao país.
Lledó destacou que, embora o FMI não esteja a financiar diretamente o Governo de Angola neste momento, mantém uma colaboração estreita em áreas fundamentais como a gestão da tesouraria e da dívida pública. Além disso, o Fundo oferece suporte técnico ao Banco Nacional de Angola (BNA), especialmente na implementação de regimes de metas de inflação e no fortalecimento das estatísticas macroeconômicas.
Em declarações à Rádio Nacional de Angola (RNA), Lledó esclareceu que não há, atualmente, negociações em curso para um novo programa de financiamento. No entanto, enfatizou que o FMI está sempre disponível para dialogar, caso o Governo angolano manifeste interesse nesse sentido.
Esta posição reflete a relação dinâmica entre Angola e o FMI, que tem evoluído ao longo dos anos. Historicamente, Angola beneficiou de programas de financiamento do FMI, como o Programa de Financiamento Ampliado (Extended Fund Facility – EFF) aprovado em dezembro de 2018, com duração de três anos. Este programa visava apoiar as reformas econômicas do país e fortalecer a estabilidade macroeconômica.
Desde o término do EFF em 2021, Angola tem cumprido com suas obrigações financeiras para com o FMI. Até junho de 2024, o país já havia pago cerca de 176 milhões de dólares da dívida contraída no âmbito desse programa. O compromisso contínuo com o pagamento da dívida e a implementação de reformas econômicas sinalizam a intenção de Angola em manter uma relação saudável e colaborativa com o FMI.
A ausência de um programa de financiamento ativo não impede que o FMI continue a desempenhar um papel significativo em Angola. Através de missões regulares e consultas, o Fundo monitora a economia angolana, oferecendo recomendações e assistência técnica para promover o crescimento sustentável e a estabilidade financeira.
Em suma, embora Angola não tenha, neste momento, um acordo de financiamento em vigor com o FMI, a parceria entre as duas entidades permanece sólida, centrada no aconselhamento de políticas e no apoio técnico, fundamentais para o desenvolvimento econômico do país.