
O sistema educacional angolano enfrenta um déficit preocupante de mais de 2.500 escolas e cerca de 60 mil professores, afirmou a ministra da Educação, Luísa Grilo. A declaração foi feita durante a 12.ª Conferência sobre Ensino e Aprendizagem e a 14.ª Mesa Redonda da Federação Africana das Autoridades Reguladoras do Ensino, realizadas na província da Huíla.
Segundo a ministra, o país atualmente conta com 12.627 escolas, mas a necessidade é muito superior, especialmente em regiões onde há sobrelotação de alunos e dificuldades de acesso ao ensino. O défice de escolas é calculado com base em unidades escolares de 12 salas de aula, enquanto o número de professores em falta deverá passar por uma atualização para refletir o rácio aluno-docente.
“Ser professor em Angola é uma tarefa difícil”, afirmou Luísa Grilo, destacando os desafios que os educadores enfrentam para garantir que os alunos adquiram conhecimento de forma eficaz. A ministra lamentou que a profissão docente ainda não receba o reconhecimento merecido no país. “É pena que não olhamos para o professor como a profissão das profissões, porque ninguém se forma sem ele”, reforçou.
A governante lembrou que, em 2025, o ano letivo iniciou com 80 novas escolas, o que elevou o total para 12.627 em todo o país, mas o número continua insuficiente para atender à crescente demanda estudantil. As dificuldades estruturais e a escassez de recursos humanos qualificados continuam a desafiar o desenvolvimento do setor da educação em Angola.
O evento, que reúne especialistas em educação de todo o continente, tem como objetivo debater soluções para melhorar o ensino e aprendizagem na região, e a situação de Angola foi destacada como um exemplo da necessidade urgente de investimentos mais robustos na educação.