As expectativas em Angola não são positivas em relação à avaliação do Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI), com setores governamentais, bancários e outras instituições, incluindo internacionais, reconhecendo uma alta probabilidade de um resultado desfavorável. Caso isso ocorra, planos de ação já foram desenvolvidos para lidar com a “nova” situação.
O GAFI vai decidir esta semana se Angola regressa à “lista cinzenta” da instituição, conforme o calendário de reuniões que avalia como os países combatem e previnem o branqueamento de capitais e o financiamento ao terrorismo. Segundo informações apuradas pelo jornal Expansão, dentro do Governo, a situação é vista como praticamente perdida, levando à elaboração de um plano de ação, que inclui estratégias de comunicação, para a eventual entrada na lista das jurisdições sob observação moderada.
As reuniões plenárias do GAFI ocorrem entre 21 e 25 de outubro em Paris, França. A decisão final dependerá do cumprimento das recomendações para corrigir as debilidades detectadas em 2023, relacionadas ao combate à corrupção e ao financiamento ao terrorismo, transparência, entre outros pontos críticos mencionados no relatório que Angola foi obrigada a entregar à instituição até julho deste ano.
Conforme o Expansão apurou, as expectativas no país não são animadoras. O Governo, bancos e outros setores, bem como instituições internacionais em Angola, reconhecem uma elevada probabilidade de “chumbar” na “prova” do GAFI. “Creio que vamos mesmo para a lista cinzenta”, admitiu ao Expansão um alto quadro de um dos maiores bancos nacionais, acrescentando que não basta ter leis bem elaboradas, é preciso que outros setores, como o sistema de justiça, façam seu trabalho no combate ao branqueamento de capitais.
O Governo, até então, já preparou um plano de ação para responder à possível entrada na lista cinzenta, elaborado sob sugestão do Fundo Monetário Internacional (FMI), que considerou existir uma alta probabilidade dessa inclusão. Fontes consultadas pelo Expansão admitem que, face às reformas e medidas ainda necessárias para fortalecer o combate ao branqueamento de capitais, Angola corre o risco de permanecer nesta lista por um período não inferior a três anos.