No culminar de uma visita oficial à Índia, o Presidente angolano João Lourenço transmitiu, este domingo, 4 de Maio, uma mensagem clara aos empresários e líderes políticos daquele país: Angola está pronta para ser um parceiro estratégico de confiança, oferecendo condições únicas para o investimento estrangeiro e para o desenvolvimento conjunto de sectores prioritários.
Durante os encontros mantidos com o Primeiro-Ministro Narendra Modi e a Presidente Draupadi Murmu, o Chefe de Estado angolano destacou o potencial de uma parceria com “resultados concretos” entre Luanda e Nova Deli, sublinhando a vontade política mútua de elevar as relações bilaterais a um novo patamar. Segundo os serviços da Presidência angolana, tratou-se de uma visita com objectivos muito claros: estreitar os laços com uma das economias que mais cresce no mundo e posicionar Angola como destino preferencial para o capital indiano.
Os sectores com maior margem de cooperação foram identificados logo nas reuniões com o Ministro dos Negócios Estrangeiros da Índia, Subrahmanyam Jaishankar: energia, minerais estratégicos, educação técnica, e infra-estruturas. Esta visão estratégica foi reforçada por João Lourenço num fórum empresarial que reuniu representantes dos dois países, onde fez uma defesa vigorosa das oportunidades que Angola oferece.
“Esta é uma ocasião ímpar para reforçarmos os laços económicos com a Índia, uma nação com capacidades globais nos domínios que Angola considera prioritários”, afirmou, apontando a indústria farmacêutica, o agro-negócio e a energia como áreas-chave para uma cooperação duradoura. De forma específica, destacou o interesse do seu Governo na instalação de unidades de produção de medicamentos genéricos no território angolano, bem como na adopção de tecnologias agrícolas indianas para modernizar o sector primário.
Na área da energia, além da tradicional exploração de hidrocarbonetos, Angola reafirmou o seu compromisso com a transição energética. Lourenço identificou as energias limpas, sobretudo a solar, como caminho estratégico, salientando que a experiência indiana neste campo pode ser decisiva para expandir o acesso à electricidade em zonas rurais e promover o desenvolvimento territorial.
Outro ponto de destaque foi a localização geoestratégica de Angola. O Presidente sublinhou o acesso privilegiado do país aos mercados regionais da SADC e à Zona de Comércio Livre Continental Africana, representando um universo de mais de 1,3 mil milhões de consumidores. Esta posição, reforçada por projectos como o Corredor do Lobito — que interliga o Atlântico ao interior do continente africano — transforma Angola num potencial centro logístico e industrial para empresas indianas com ambições africanas.
“Acreditamos que Angola pode servir de plataforma ideal para a expansão das empresas indianas no continente. Temos estabilidade, estamos a investir nas infra-estruturas e a modernizar o ambiente de negócios”, frisou o Presidente, que aproveitou o momento para garantir abertura para novas parcerias e acordos bilaterais que facilitem a entrada do capital indiano.
No final do seu discurso, João Lourenço reforçou a importância de construir uma cooperação baseada em confiança mútua e benefícios partilhados. “Convidamos os investidores indianos a conhecer o nosso país e a fazer parte deste percurso rumo a um futuro mais próspero, equilibrado e sustentável.”
