Com a recente legalização do PRA-JA Servir Angola como partido político, o cenário político angolano poderá sofrer uma nova reconfiguração para as eleições de 2027. Segundo o cientista político Eurico Gonçalves, esta mudança cria espaço para que Abel Chivukuvuku, líder do novo partido, possa optar por uma candidatura independente, fora da Frente Patriótica Unida (FPU), caso decida consolidar a sua imagem política de forma autônoma.
De acordo com o analista, os partidos políticos terão de adaptar suas estratégias e discursos, focando-se em temas e oportunidades que possam mobilizar o eleitorado e assegurar a sua confiança. Para Eurico, o comportamento eleitoral dos angolanos amadureceu significativamente, como demonstrado nas eleições de 2022, e a disputa de 2027 será ainda mais competitiva, com cada partido procurando articular uma mensagem que traga esperança e apego aos eleitores.
Eurico Gonçalves ressalta que Chivukuvuku, tendo agora o seu próprio partido com uma identidade distinta e valores bem definidos, terá a oportunidade de trabalhar intensamente para fortalecer a sua marca política e ganhar mais notoriedade. Segundo ele, concorrer em coligação com a FPU poderia comprometer a ambição de Chivukuvuku de se candidatar à Presidência da República, o que torna plausível a ideia de uma candidatura independente.
Por outro lado, o analista acredita que a UNITA, liderada por Adalberto Costa Júnior, poderá enfrentar dificuldades para superar os resultados das eleições de 2022, quando obteve cerca de 43% dos votos. Eurico argumenta que, naquele momento, as alianças com forças políticas e individualidades da sociedade civil tiveram um papel crucial para alcançar essa percentagem, mas o atual contexto político é diferente, e as estratégias precisarão ser revistas para 2027.