
Um estudo da Universidade de Portsmouth, publicado na revista *Nature Astronomy*, revela que a água pode ter existido no universo entre 100 e 200 milhões de anos após o Big Bang. A pesquisa utilizou modelos informáticos de duas supernovas: uma de uma estrela com 13 vezes a massa do Sol e outra com 200 vezes a massa do Sol, para analisar os produtos de suas explosões.
Muhammad Latif, da Universidade dos Emirados Árabes Unidos e um dos autores do estudo, afirmou que a água “existia mesmo antes da formação dos blocos de construção da nossa galáxia”. As simulações indicam que a água era provavelmente um componente chave nas primeiras galáxias.
Os componentes da água, hidrogênio e oxigênio, se formaram de diferentes maneiras. Os elementos mais leves, como hidrogênio, hélio e lítio, surgiram no Big Bang, enquanto os elementos mais pesados, como o oxigênio, resultaram de reações nucleares dentro de estrelas ou de explosões de supernovas.
Os pesquisadores descobriram que, nas simulações, foram geradas 0,051 e 55 massas solares de oxigênio, respectivamente, devido às altas temperaturas e densidades atingidas. À medida que o oxigênio gasoso esfriava e se misturava com o hidrogênio circundante deixado pelas supernovas, a água gasosa poderia se formar na forma de vapores, acumulando-se em um disco.
Esses núcleos densos de água são considerados “potenciais hospedeiros de discos protoplanetários”, que poderiam levar à formação de planetas habitáveis no cosmos primitivo. Embora a radiação da formação estelar posterior possa destruir essa água, a poeira estelar poderia oferecer proteção contra essa radiação.
Na primeira simulação, a massa de água atingiu valores equivalentes a cerca de um centésimo a um milionésimo de uma massa solar entre 30 e 90 milhões de anos após a supernova. Na segunda simulação, a quantidade de água alcançou aproximadamente 0,001 massas solares após 3 milhões de anos.
Os pesquisadores planejam explorar esses fenômenos em trabalhos futuros.