Os moradores do município do Kilamba Kiaxi, em Luanda, manifestaram-se indignados com a contínua escassez de água potável na região. A revolta aumentou após a visita do Governador de Luanda, na última terça-feira, dia 7, quando algumas zonas tiveram água temporariamente, mas o abastecimento foi novamente interrompido no mesmo dia, deixando as comunidades em total desespero.
“Na terça-feira, por coincidência, algumas torneiras voltaram a jorrar água, mas foi só no dia da visita do governador. Depois disso, ficamos novamente sem água”, relatou um morador. Outras zonas, como o bairro Bakhita Koci, nunca tiveram acesso a água canalizada, agravando ainda mais a situação de desigualdade.
A administradora municipal foi alvo de críticas. Os munícipes pedem soluções urgentes e apontam o silêncio da EPAL, responsável pelo fornecimento, como um descaso. “Estamos há semanas sem água, sem nenhum aviso ou explicação. Isso é inadmissível”, desabafou um morador do bairro Palanca.
Além da falta de água, os residentes enfrentam altos custos para adquirir o líquido essencial. “No bairro Golf 2, compramos dois bidões por 250 kwanzas. Não aguentamos mais”, denunciou um residente.
A qualidade da água disponível também foi alvo de reclamações. “Quando temos água, é imprópria para consumo, parece água de cacimba. É um absurdo em pleno século 21”, afirmou um habitante do bairro Soba Kapassa, sem abastecimento desde 2020.
Os munícipes também destacaram outros problemas no Kilamba Kiaxi, como a falta de saneamento básico durante as chuvas, ruas esburacadas, preços elevados nas cantinas e a falta de patrulhamento em áreas críticas, como a rua 51.
A população clama por medidas urgentes para resolver os problemas de abastecimento de água e melhorar as condições de vida no município, apelando para que as autoridades ouçam o clamor de quem mais sofre.