
As tarifas de água e eletricidade em Angola vão aumentar a partir dos próximos meses, conforme anunciou o Instituto Regulador dos Serviços de Electricidade e Água (IRSEA). O aumento será de 30% na tarifa da água e 11,5% na eletricidade, com impacto direto nos orçamentos familiares.
De acordo com o IRSEA, a atualização das tarifas será gradual e tem como objetivo cobrir o aumento dos custos de produção e distribuição, modernizar e expandir as redes em áreas urbanas e rurais, além de evitar a degradação dos serviços. As famílias da categoria Doméstica Social I, que pagavam 291,88 kwanzas por eletricidade, passarão a pagar 379,68 kwanzas, enquanto na categoria Doméstica Monofásica, o custo subirá de 9.120,22 kwanzas para 13.516,16 kwanzas.
Em relação à água, a tarifa também será ajustada de forma gradual, partindo de uma média de 780 kwanzas/m³. As famílias com tarifa social e consumo de até cinco m³, que pagavam 200 kwanzas, passarão a pagar 260 kwanzas. Já aquelas no escalão 2, com consumo igual ou superior a 10 m³, verão o valor subir de 260 para 338 kwanzas.
O IRSEA defende que a nova estrutura tarifária é “escalonada e baseada no consumo”, mantendo a tarifa social para proteger as famílias de menor rendimento. Ainda segundo a instituição, a despesa média com água representa 2,4% do orçamento mensal das famílias com tarifa social, enquanto a eletricidade pesa 2,2%, valores considerados abaixo da média regional.
No entanto, o aumento já gera preocupação entre os consumidores, que apontam para o impacto no custo de vida, especialmente em um cenário de dificuldades econômicas. “Para muitas famílias, esses aumentos podem significar cortes em outras despesas essenciais”, alertou um economista ouvido pela reportagem.
O IRSEA reforça que os reajustes são necessários para garantir a sustentabilidade dos serviços, mas a medida levanta dúvidas sobre a capacidade de pagamento das famílias de baixa renda.