
Os agricultores do município da Chilata, na província do Huambo, manifestaram, esta semana, a sua preocupação com o estado precário das vias de acesso que dificultam o escoamento da produção agrícola para os principais mercados da região e do país. A reivindicação foi apresentada durante uma visita do governador do Huambo, Pereira Alfredo, que ouviu de perto as dificuldades enfrentadas pelas cooperativas agrícolas, associações de camponeses e agricultores familiares.
Augusto Samutonga, vice-presidente da Cooperativa Agropecuária Passuka, destacou que a localidade tem potencial para produzir em grande escala culturas como milho, feijão, batata rena, batata-doce, soja, alho, repolho, mandioca, ginguba e citrinos. No entanto, a produção enfrenta sérios entraves devido à falta de estradas em boas condições. “Na presente campanha, prevemos colher mais de 100 toneladas de milho e 10 de feijão em apenas 18 hectares, mas o grande desafio será transportar esses produtos para o mercado”, afirmou.
Samutonga revelou que a cooperativa, com 25 associados e mais de 15 anos de atividade, continua empenhada em aumentar a produção, mas a deterioração das vias de acesso compromete o esforço dos camponeses. Outro agricultor, Manuel Honório, reforçou que, apesar dos obstáculos, os agricultores mantêm a vontade de trabalhar a terra para garantir a segurança alimentar da comunidade. “Precisamos de investimento nas vias de comunicação. Sem isso, o nosso trabalho perde valor”, lamentou.
Em resposta às preocupações apresentadas, o governador Pereira Alfredo assegurou que o Executivo tem como prioridade a reabilitação da estrada que liga os municípios de Longonjo e Chilata. A obra, que prevê a terraplanagem de 64 quilómetros, tem como objetivo melhorar a mobilidade de pessoas e bens, facilitando o escoamento da produção agrícola.
A região da Chilata, que recentemente foi elevada à categoria de município na sequência da nova Divisão Político-Administrativa, abriga mais de 50 mil habitantes, muitos dos quais dependem diretamente da agricultura para a sua subsistência. No entanto, sem uma rede viária adequada, os esforços para aumentar a produção agrícola são comprometidos, prejudicando a economia local e a segurança alimentar da população.
A promessa de reabilitação da estrada trouxe esperança aos camponeses, que aguardam que as palavras se transformem em ações concretas. Para muitos, a melhoria da rede viária não é apenas uma questão de logística, mas uma garantia de sobrevivência e desenvolvimento sustentável.