
A Associação dos Agentes Autorizados da Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (A.A.A-ENDE-E.P) anunciou a paralisação de suas atividades por seis dias, a partir de sexta-feira (14), em resposta a uma dívida acumulada de 1,23 mil milhões Kz, que se estende de junho de 2024 até janeiro deste ano. A decisão foi comunicada na quinta-feira e se deve à falta de pagamento ou à ausência de uma solução vantajosa por parte da ENDE.
De acordo com um relatório de dívida elaborado pela A.A.A-ENDE-EP, que está nas mãos da ENDE há mais de três semanas, a indiferença da empresa torna a paralisação “irreversível”. Vítor Cunha, porta-voz da associação, afirmou que a medida servirá como uma declaração de falência e um meio de resgatar a dignidade dos agentes.
A associação estabeleceu um cronograma de pagamentos, exigindo que 50% da dívida seja quitada imediatamente após a comunicação à ENDE, com o restante sendo pago em parcelas mensais. A interrupção das atividades de cobrança pode agravar ainda mais a situação financeira da ENDE, que já se encontra em falência técnica desde 2022, com passivos superiores aos ativos.
Além disso, a empresa acumulou um prejuízo de 465,4 mil milhões Kz entre 2017 e 2023, equivalente a 836,4 milhões USD. Esta situação é exacerbada por tarifas baixas e ineficiência operacional, colocando em risco todo o subsector elétrico do país.
Cunha destacou que os pagamentos têm sido irregulares desde 2016, com uma piora nos últimos quatro anos. A ENDE, que contratou 63 agentes autorizados para atuar como sua força comercial, depende desses prestadores para realizar mais de 70% da cobrança de tarifas de energia e serviços de reparação na rede de distribuição.
Até o fechamento desta edição, o Expansão não obteve respostas da ENDE sobre a situação.