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A África do Sul expressou sua indignação em relação às sanções anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chamando-as de “desinformação e propaganda”. Em um comunicado oficial, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da nação africana afirmou que a justificativa por trás do decreto carece de precisão e ignora o histórico de colonialismo e apartheid que marcou o país.
Na última sexta-feira, Trump formalizou a decisão de congelar a ajuda americana à África do Sul, alegando que uma nova lei de expropriação de terras discrimina brancos. Em resposta, o governo sul-africano destacou que a legislação foi criada para corrigir uma histórica distribuição desigual de terras, que favorecia predominantemente os sul-africanos brancos. Segundo a agência Europa Press, a nova lei assegura compensações justas aos proprietários e estipula que expropriações só ocorrerão após tentativas de negociação falharem.
“O que parece ser uma campanha de desinformação prejudica a imagem do nosso país”, declarou o governo sul-africano, lamentando que essas narrativas tenham ressoado entre os tomadores de decisão nos EUA. Além disso, considerou irônico que a ordem de Trump ofereça proteção de refugiados a africânderes, um grupo que, segundo eles, ainda é economicamente privilegiado no país.
O governo sul-africano também ressaltou a contradição de que, enquanto se discute a proteção de uma minoria no país, pessoas vulneráveis nos EUA enfrentam deportações e negativas de asilo, apesar de suas dificuldades reais. “Mantemos nosso compromisso com soluções diplomáticas para quaisquer mal-entendidos”, concluiu.
A discussão sobre a nova lei de expropriação ganhou ainda mais destaque quando Elon Musk, nascido na África do Sul e conhecido por suas proximidades com Trump, a mencionou nas redes sociais, alertando para o que considera uma ameaça à minoria branca no país.
Por fim, a ordem executiva de Trump também faz menção ao papel da África do Sul em levar acusações de genocídio contra Israel ao Tribunal Internacional de Justiça, acrescentando uma camada de complexidade às já tensas relações entre as duas nações.