O coletivo de advogados do PAIGC denunciou hoje que a reabertura do “Processo Resgate” aos bancos tem como objetivo impedir a candidatura de Domingos Simões Pereira às próximas eleições na Guiné-Bissau. Em conferência de imprensa, realizada em Bissau, os advogados criticaram a decisão anunciada pelo Procurador-Geral da República em 26 de setembro, considerando-a uma manobra política.
O caso refere-se a um empréstimo de cerca de 36 mil milhões de francos CFA, contraído em 2015 quando Simões Pereira era primeiro-ministro. Apesar de vários processos judiciais anteriores terem sido arquivados, o coletivo de advogados, representado por Octávio Lopes, acredita que a reabertura do processo é uma tentativa deliberada de impedir a candidatura de Simões Pereira às eleições legislativas de novembro e presidenciais, que ainda não têm data definida.
Os advogados consideram a intervenção do Ministério Público como uma violação do princípio da separação de poderes e uma tentativa de judicializar questões políticas. Argumentam que a reabertura do processo é inconstitucional, usurpando competências que deveriam ser do parlamento. Para eles, a ação do Ministério Público é vista como uma medida para desacreditar e afastar Simões Pereira do cenário político nas próximas eleições.