Na Cidade de São Tomé, o advogado Miques João, representante de Bruno Afonso, conhecido como “Lucas”, o único civil sobrevivente do ataque ao quartel das forças armadas em 25 de novembro de 2022, apresentou uma queixa formal no Ministério Público contra o primeiro-ministro Patrice Trovoada e Elísio Teixeira, secretário-geral da ADI (Ação Democrática Independente), atualmente no poder.
Miques João afirmou ter provas que implicam Trovoada e Teixeira na tortura e execução de civis durante uma alegada tentativa de golpe de Estado em 2022. Segundo ele, Patrice Trovoada esteve presente no quartel, questionando sua presença em um local onde ocorreram crimes de grande gravidade. O advogado enfatizou que os homicídios são crimes que não prescrevem e que novos elementos estão sendo descobertos, o que torna necessária a responsabilização dos civis envolvidos.
O advogado também expressou sua preocupação com a liberdade dos acusados, mencionando que os envolvidos no caso, que segundo ele já demonstraram disposição para cometer crimes, continuam soltos. Ele criticou a tentativa de apagar provas por parte dos agentes do Estado, considerando a situação extremamente grave. Miques João denunciou ainda estar sendo alvo de uma cabala por parte do Bastonário da Ordem dos Advogados, Hérman Costa, visando sua descredibilização e a revogação de sua carteira profissional.
O advogado está enfrentando quatro processos na Ordem dos Advogados, que incluem ações de figuras ligadas ao governo e à própria Ordem. Até o momento, a agência Lusa não obteve resposta dos acusados, sendo que Patrice Trovoada participava de um fórum econômico em Portugal no dia da denúncia.