
A administração pública de Angola empregou mais de 408 mil funcionários até o final de 2023, conforme revelado pela secretária de Estado para a Administração Pública, Amélia Augusto Varela. Durante a 30.ª Sessão Temática “Comunicar Por Angola”, realizada em Luanda, a governante destacou as melhorias na gestão de recursos humanos, mas a população não pôde deixar de expressar suas dúvidas, especialmente em um contexto onde a taxa de desemprego é alarmantemente alta.
Internautas se manifestaram nas redes sociais, questionando a veracidade dos dados apresentados e afirmando que não percebem reflexos dessa suposta criação de empregos no dia a dia. “Se mais de 400 mil pessoas foram contratadas, por que ainda vejo tantos angolanos desempregados?”, indagou um usuário em uma plataforma de discussão. Outro comentário lamentou a desconexão entre os números e a realidade, mencionando que “promessas não colocam comida na mesa”.
Amélia Varela reconheceu que, apesar das conquistas, persistem desafios que estão sendo abordados através de novas regulamentações, como a recente Lei de Bases da Função Pública. Ela relembrou que as reformas no setor público tiveram início nos anos 90 e que a estruturação das carreiras e o recrutamento foram regulamentados por diversos decretos.
No entanto, a crítica é contundente: muitos cidadãos não veem progresso em suas vidas, enquanto as estatísticas de emprego parecem alheias à crise que afeta o país. A secretária de Estado enfatizou que as reformas visam modernizar a administração pública e assegurar a equidade remuneratória, mas a percepção popular é de que essas mudanças ainda não impactaram de forma significativa a economia e o mercado de trabalho.
Enquanto a administração pública busca avançar com a reforma e melhoria das condições de trabalho, a elevada taxa de desemprego em Angola continua a ser uma sombra que levanta questões sobre a eficácia das ações do governo. A sociedade civil aguarda resultados concretos que possam, finalmente, traduzir-se em oportunidades reais de emprego e dignidade para todos os angolanos.