
A administração do Mussulo emitiu um alerta sobre a grave ameaça à saúde pública causada pelo despejo inadequado de dejetos por camiões-cisterna na região. O administrador municipal, Baudílio Vaz, responsabilizou os motoristas pela contaminação da área, que ameaça comprometer as ações de combate ao cólera realizadas pelos Centros de Tratamento da doença na ilha.
Vaz destacou que os condutores frequentemente despejam resíduos em esgotos próximos ao mar, ignorando as consequências para a saúde dos ilhéus. Ele mencionou a preocupação com as substâncias nocivas que, após serem descartadas, acabam sendo levadas pelas águas pluviais para o mar, onde podem ser vistas por quem navega na área.
Para resolver a situação, o administrador sugeriu que os resíduos deveriam ser depositados em locais distantes de áreas habitadas, como aterros sanitários apropriados. Ele expressou frustração com a falta de fiscalização, ironizando que, mesmo com a sua proposta, os motoristas poderiam continuar a despejar resíduos em zonas não construídas ou diretamente no mar.
Além disso, Vaz ressaltou que, apesar dos esforços da administração para limpar o lixo sólido na costa, o combate às substâncias invisíveis e prejudiciais é um desafio, devido à falta de recursos. Ele rejeitou a ideia de que grande parte do lixo no mar seja resultado das ações de banhistas, afirmando que existem grupos locais dedicados à sensibilização e limpeza.
A equipe multissetorial da Saúde, liderada pela Doutora Rosa, questionou a legalidade das ações dos motoristas e recomendou ao administrador que formalizasse uma reclamação às autoridades competentes. Ela também expressou preocupação com o papel das Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) e como a disposição de resíduos prejudiciais nas proximidades do mar poderia comprometer os esforços de combate ao cólera.
A situação no Mussulo é crítica e exige uma ação urgente para proteger a saúde da população e garantir a eficácia das medidas de prevenção contra doenças.