A Administração Municipal de Viana encerrou o mercado informal da Estalagem Km 12-A na passada sexta-feira, 24 de janeiro, devido ao acúmulo de lixo no local. As vendedoras foram direcionadas para o mercado dos Chineses, em uma operação que contou com a presença de fiscais municipais e forças policiais, além de tratores e caminhões para a coleta de resíduos sólidos.
João Augusto, diretor de Fiscalização e Inspeção das Atividades Econômicas e Segurança Alimentar, justificou as intervenções como uma medida necessária diante do surto de cólera que atinge o país. Ele lamentou a resistência das vendedoras em se transferirem para o novo mercado e alertou sobre os riscos que o surto representa.
Após o fechamento, as vendedoras retornaram ao local nos dias 25 e 26, levando as autoridades a reforçarem a vigilância. Uma visita do Expansão ao local constatou que o mercado estava em processo de limpeza e que as vendas estavam suspensas.
Vendedoras expressaram seu descontentamento, questionando a falta de comunicação sobre o fechamento. Telma Dinis, uma das vendedoras, destacou a dificuldade em sustentar suas famílias sem um local adequado para vender. Helena Pedro, que vende legumes, também reclamou da falta de mercados disponíveis.
A Direção Municipal, por sua vez, defendeu que o mercado dos Chineses, a menos de 1 km do Km 12-A, possui capacidade para acolher até 3.000 vendedoras, mas está subutilizado. No entanto, as vendedoras argumentam que o novo mercado é distante e que a clientela não se acostumou a comprar lá.
Uma visita ao mercado dos Chineses revelou que, apesar de sua capacidade, apenas 105 vendedoras estavam ativas, deixando 2.895 espaços vagos. Avelino Gomes, administrador adjunto do mercado, reconheceu que a corrupção entre fiscais contribui para a permanência das vendedoras em locais impróprios.
Embora haja críticas às práticas de fiscalização, a população local parece apoiar a mudança, pedindo que as vendedoras se adaptem ao novo mercado, onde estão dispostas a fazer compras. Adão Pedro, morador da área, ressaltou que o acúmulo de lixo no antigo mercado tem causado problemas de saúde ao longo dos anos.
A situação ilustra os desafios enfrentados pela administração municipal na gestão do comércio informal e a busca por soluções que atendam tanto às necessidades das vendedoras quanto à saúde pública.