
O presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, manifestou um firme apelo ao diálogo político inclusivo e à busca de consensos nacionais, sobretudo em torno do Pacote Legislativo Eleitoral, durante uma audiência concedida ontem, terça-feira (13), pelo Presidente da República, João Lourenço.
O encontro, solicitado pelo líder do maior partido da oposição, decorreu num ambiente que o próprio Adalberto descreveu como “positivo e necessário”, tendo como pano de fundo as tensões políticas e a polarização que marcam o actual clima político no país.
“Foi nossa iniciativa solicitar este encontro e foi prontamente aceite pelo senhor Presidente da República. Entendemos que, face ao ambiente político que o país tem vivido, é nossa responsabilidade procurar espaços de diálogo, de desanuviamento e de construção de consensos”, afirmou o também membro do Conselho da República.
Durante a audiência, o líder da UNITA abordou com o Chefe de Estado as inquietações do seu partido e da sociedade civil quanto ao processo legislativo em curso, particularmente no que diz respeito às propostas de alteração das leis eleitorais que foram recentemente submetidas pelo Executivo à Assembleia Nacional.
“Temos a absoluta necessidade de fazermos um país mais plural, de retomarmos a pluralidade na comunicação social e de evitarmos o ambiente de tensão e conflitualidade que tem marcado o debate público”, reforçou.
Adalberto Costa Júnior aproveitou ainda para reiterar o compromisso da UNITA com a consolidação da democracia, sublinhando que a transparência e o equilíbrio institucional são essenciais para garantir eleições justas e credíveis em 2027.
O líder da oposição mostrou-se esperançoso quanto à possibilidade de o país entrar numa nova fase de entendimento político, que permita reformas estruturais no sistema eleitoral e nos meios de comunicação social públicos, historicamente criticados pela sua parcialidade.
Analistas políticos veem o gesto como um sinal de maturidade democrática, numa altura em que Angola se aproxima de um ciclo eleitoral decisivo, marcado por expectativas de maior participação cívica e pluralismo.