
A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) marcou o seu XIV Congresso Ordinário para a segunda quinzena de Novembro, num momento crítico da política nacional. O anúncio foi feito esta semana durante a abertura de uma reunião partidária, onde o líder da oposição, Adalberto Costa Júnior (ACJ), lançou duras críticas ao Executivo, acusando-o de bloquear o avanço democrático e de tentar manipular o processo eleitoral.
No seu discurso, Adalberto Costa Júnior afirmou que a UNITA está “completa e profundamente empenhada” na procura de soluções para os desafios que assolam o país. Salientou que o diálogo amplo e inclusivo é o único caminho viável para garantir um futuro estável para Angola. “É através do envolvimento de todas as sensibilidades da sociedade que encontraremos respostas justas e sustentáveis”, frisou.
Referindo-se ao encontro que teve com o Presidente da República a 13 de Maio, ACJ revelou ter alertado o Chefe de Estado para o “descarrilamento do processo democrático” e para o ambiente político tenso que se vive no país. O líder da UNITA aproveitou para criticar a proposta do Executivo de alterar o Pacote Legislativo Eleitoral, classificando-a como uma tentativa de impor leis que minam a lisura e a transparência dos futuros actos eleitorais.
De forma directa, acusou o governo de pretender restringir o direito de voto ao exigir que o Bilhete de Identidade seja o único documento válido para o exercício do sufrágio. “Sabem perfeitamente que cerca de 40% dos angolanos não possuem Bilhete de Identidade. Então o que move um governo a negar o direito ao voto a tantos cidadãos? É o medo do amanhã”, questionou.
Adalberto Costa Júnior garantiu que a UNITA continuará a desempenhar o seu papel como oposição democrática, mas advertiu que poderá recorrer à mobilização pública, caso a situação política continue a deteriorar-se. “Se amanhã avançarmos para manifestações, será com a consciência de que tudo foi tentado antes para o evitar”, disse, num tom que mistura prudência com firmeza.
O líder da UNITA terminou o discurso com uma mensagem de união: “Compete-nos a todos colocar o nosso tijolo neste edifício que é nosso, chamado Angola. Uma Angola de todos, para todos.”